III - O Que é Tipologia? ( Quarta aula )
A Tipologia , em sua essência significa literalmente “ O estudo de tipos “, e é responsável por vários campos de estudo, possuindo uma classificação de diferentes elementos.
IV - O Que é a Tipologia Bíblica?
Segundo HERMAN Northrop Frye, canadense crítico literário e teórico literário , considerado um dos mais influentes do século 20, em seu clássico “O Grande Código”, o princípio geral de interpretação do NT é tradicionalmente dado sob a forma: “O NT está oculto no AT; o Antigo é desvelado no Novo”.
Tudo que se passa no AT é um “tipo” ou signo precursor de algo que se passa no Novo
e assim se denomina esta abordagem(em um sentido particular) “tipologia”.
Paulo, em Romanos 5.14, fala de Adão como de um “typos” do Cristo; a Vulgata traduz “typos” por “forma”, mas a “figura” da Versão autorizada reflete o fato que “figura” se tornou o equivalente latino normal de “typos”.
O que se passa no NT constitui um “antitipo”, uma forma realizada de algo que é presságio no AT. Em Pedro 3.21, o Batismo cristão é denominado o “antitypos” da salvação da humanidade, que escapa à inundação de Noé, e, aqui ainda, a Versão autorizada usa “figura”.
" A tipologia é uma figura do discurso
que se move no tempo"
que se move no tempo"
1 CASO: o tipo existe no passado e o antitipo no presente, ou
2 CASO: o tipo existe no presente e o antitipo no futuro.
3 CASO: o tipo existe no passado e o antitipo no futuro.
2 CASO: o tipo existe no presente e o antitipo no futuro.
3 CASO: o tipo existe no passado e o antitipo no futuro.
EM RESUMO, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, TEMOS UMA PERFEITA FUNÇÃO MATEMÁTICA: CHAMADA COMPOSTA
V - DISCUTINDO O QUE É A TIPOLOGIA BÍBLIA
O que é realmente a tipologia enquanto modo de pensar? O que ela ao mesmo tempo pressupõe e implica? Gosto de dizer que é uma teoria incontestável da História bíblica ou mais exatamente do processo histórico – soteriológico - hamarteológico:
É aquilo ( em hipótese) que a História bíblica tem de apresentar:
É aquilo ( em hipótese) que a História bíblica tem de apresentar:
a) uma certa significação e
b) uma certa razão de ser ou existir das figuras nas Sagradas Escrituras
É que, cedo ou tarde, se produzirá um certo evento (ou certos eventos) que indicará o que é esta significação e esta razão de ser e que se tornará assim um antítipo do que aconteceu outrora.
A confiança que nós, modernos estudiosos temos no processo histórico, nossa crença, que apesar de sua confusão aparente, seu caos mesmo, os eventos humanos vão a algum lugar e indicam alguma coisa, nos vem provavelmente da tipologia bíblica: pelo menos, como afirma Herman Frye , não se pode imaginar nenhuma outra fonte desta tradição.
No entanto, como afirma Raimon Panikkar, no plano intelectual ou teológico,
é um abuso da parte dos cristãos e do cristianismo, sua apropriação da Bíblia.
é um abuso da parte dos cristãos e do cristianismo, sua apropriação da Bíblia.
Sabemos que a Bíblia( até o século XV) era considerada como sendo apenas o Antigo Testamento, ou como prefere Panikkar o único Testamento. Enquanto os outros textos eram denominados “escrituras cristãs”, “evangelhos” ou “cartas apostólicas”.
Para o povo judeu, a Bíblia é o documento “fundador”; embora a “praxis”, nesta tradição, preceda a “teoria”, na medida que os fatos relatados, frequentemente são anteriores de mil anos a sua consignação; donde a importância da “Interpretação” que aí se exprime.
Para Panikkar, o destino das Escrituras no seio do cristianismo responde a outra visão das coisas. Elas representam certamente um ponto de referência, uma maneira prática, quase pragmática, de evitar que a tradição se perca em outros caminhos ou pelo menos não se afaste dos “eventos” que estão na origem desta fé.
Neste sentido, a Bíblia reveste para um cristão uma importância inegável, não como tipologia do NT mas do Cristo enquanto “Logos Eterno?”.
A confusão que se deu, pela interpretação equivocada dos escritos dos Padres da Igreja, em suas articulações entre NT e AT é a mesma que já se prenunciava quando Jesus afirmava: “Antes de Abraão, Eu Sou” (Sinal de Abraão).
BIBLIOGRAFIA:
- “The Nature[and Identity] of Biblical Tipology – Crucial Issues” do Dr. Richard
- “The Nature[and Identity] of Biblical Tipology – Crucial Issues” do Dr. Richard
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